Moinho de
Vento

Único exemplar em funcionamento na região

  

 

Apesar de bastante frequentes no território português, os moinhos de vento constituem uma raridade no panorama do nordeste transmontano e da região duriense. O clima e o relevo, este último bastante acidentado, são propícios à instalação de moinhos de água situados junto a ribeiros, que correm durante praticamente todo o ano.

No território do concelho de Carrazeda de Ansiães e freguesias limítrofes existem 5 estruturas de antigos moinhos de vento. Estes moinhos possuem características semelhantes como torre fixa de granito e capelo móvel de madeira com sistema de tracção por meio de sarilho interno. Cronologicamente podemos situá-los como estruturas de finais do séc. XIX e/ou inicios do séc. XX.

Moinho de Vento de Carrazeda de Ansiães

Como funciona um moinho de vento?

A Torre tem como função albergar o aparelho de transmissão e moagem e suportar o capelo (10) giratório onde se apoia o mastro e as velas. Os moinhos de vento existentes no concelho de Carrazeda de Ansiães são de planta circular com apenas um piso e foram construídos em alvenaria de granito com aparelho em pedra seca. As torres possuem apenas uma porta e duas janelas rasgadas para entrada de luz.

O Aparelho motor externo – Capta a acção do vento através das velas e transmite rotação ao mecanismo interno de moagem.
É composto por um capelo giratório de madeira, cobertura em forma de cone, rematado inferiormente por um anel de madeira, o fechal (2), onde estão inseridas as rodas. Estas  movem-se sobre um rasgo  aberto na última fiada de pedras da estrutura da torre, fechal de granito. O capelo de madeira rotativo permite “meter debaixo do vento” as velas do moinho maximizando o aproveitamento da energia eólica. Nesta cobertura existe um alteamento sobre o lugar de saída do mastro (1), o cavalete (9). O mastro serve de apoio a oito varas (6) sobre as quais estão presas as quatro velas (7) triangulares. Estas transmitem rotação ao mastro e à entrosga (3), roda dentada situada no interior do moinho.

Aparelho de transmissão e moagem – Tem como função transmitir movimento às mós e proceder à moagem de cereais. A rotação da entrosga faz girar o carreto (5) que está apoiado num veio (13) metálico. Na extremidade do veio existe a segurelha (18) que suporta a mó andadeira (16) e a faz girar sobre o pouso (17) triturando os cereais. Estes são deitados pelo moleiro na tremonha (14) e escorrem pela quelha (15) para o olho da mó saindo através do espaço entre as duas mós sob a forma de farinha. No moinho existe um sistema que permite regular a distancia entre as duas mós, o urreiro (20) e assim produzir farinha mais ou menos fina.

Não sendo Trás-os-Montes uma terra de moinhos de vento, a existência desta estrutura eólica no concelho de Carrazeda de Ansiães acaba por constituir uma curiosidade e um motivo de visita.
Em 2012 foi recuperado pela autarquia estando integrado num programa de visitas guiadas com caráter pedagógico, cultural e patrimonial

Um moinho com 100 anos

Decorria o ano de 1900 quando Damião Gonçalves Neves, originário do Porto, decidiu mandar construir um moinho de vento que iria substituir o velho moinho de “água” localizado na veiga, junto ao antigo caminho para Fontelonga. O moinho de vento funcionou cerca de uma década moendo o trigo produzido nos campos circundantes que as mulheres transportavam à cabeça pelo estreito caminho rural que trepa pelas imensas fragas circunscritas ao mesmo.  O moinho de vento de Carrazeda de Ansiães foi construído no início do séc. XX para moer o trigo produzido nos campos circundantes à sede do concelho. 

Visitar

Para visitar contacte a Loja Interativa de Turismo da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães
Terça a domingo – 09h30 às 13h00 e das 14h00 às 17h30
e-mail: lit@cmca.pt

Telf. 278 098 507