O Museu da Memória Rural promoveu no passado domingo, em Vilarinho da Castanheira, as Oficinas de Bolota, uma iniciativa dedicada à valorização e redescoberta deste fruto ancestral, profundamente enraizado na mais remota cronologia histórica e nas tradições do território. A atividade, que decorreu num sobreiral e no interior de um forno tradicional de uma família da aldeia de Vilarinho da Castanheira, reuniu participantes de várias idades e áreas de interesse, todos motivados pela curiosidade em conhecer melhor a história, a importância e as potencialidades da bolota, enquanto fruto seco com alguma abundância na região e no concelho de Carrazeda de Ansiães.
Ao longo das oficinas, os participantes foram convidados a mergulhar no universo deste recurso natural, explorando os atuais modelos de produção, comercialização e aproveitamento sustentável. O programa destacou o papel da bolota não apenas como elemento da paisagem e da biodiversidade local, mas também como produto de elevado valor nutritivo e económico, com potencial para inspirar novas formas de empreendedorismo e inovação no contexto rural e gastronómico.
A componente prática foi um dos momentos mais apreciados da atividade, permitindo aos participantes descobrir as múltiplas possibilidades culinárias da bolota. Sob orientação especializada, aprenderam a preparar pão, biscoitos, infusões de tipo café, além de degustarem outros produtos já desenvolvidos a partir deste recurso natural. A experiência revelou a versatilidade da bolota, caso este recurso fosse utilizado a uma maior escala na cozinha contemporânea, surpreendendo pelo sabor e pelas suas qualidades nutritivas.
Mais do que uma oficina culinária, a iniciativa procurou sensibilizar para o aproveitamento sustentável dos recursos endógenos e para a importância da preservação dos saberes e práticas tradicionais. Ao evidenciar o potencial da bolota enquanto ingrediente cultural, económico e gastronómico, o Museu da Memória Rural reforça a sua missão de promover o conhecimento e a valorização do património local, demonstrando que este fruto, outrora esquecido, pode voltar a ocupar um lugar de destaque nas mesas e na economia da região.
Para a coordenadora do Museu da Memória Rural, Isabel Lopes, “estas oficinas demonstram que o futuro da nossa alimentação pode encontrar-se nas raízes do passado. A bolota é um recurso natural abundante, nutritivo e cheio de potencial, e queremos que a comunidade volte a olhar para ela como um símbolo de sustentabilidade e identidade cultural”.
Também os participantes elogiaram a iniciativa, destacando a combinação entre aprendizagem e partilha. “Foi uma experiência deliciosa e muito enriquecedora. Nunca imaginei que a bolota pudesse ser tão versátil na cozinha”, afirmou uma das participantes.
Revista Memória Rural nº 7
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Revista Memória Rural nº 6
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Revista Memória Rural nº 5
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Revista Memória Rural nº 4
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