A produção local de mantas de lã era uma tradição muito antiga, mas em meados dos anos oitenta do Sé. XX acabou por ser reativada por via da constituição de uma cooperativa de artesanato, designada Cooperativa de Artes e Ofícios D. Lopo Vaz de Sampaio, que surgiu em Carrazeda de Ansiães na sequência de um Plano de Desenvolvimento Local apoiado financeiramente por fundos europeus, no período da pré-adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE).
Estes fundos tinham como objetivo promover a modernização do sector da agricultura e dar formação às pessoas que iam, obrigatoriamente, ser confrontadas com novas realidades. O Plano de Desenvolvimento promoveu formação nas seguintes áreas: tecelagem, olaria, calcetaria, bordados e sapataria. Em Carrazeda de Ansiães resultou na criação da Cooperativa de Artes e Ofícios D. Lopo Vaz de Sampaio. As informações reportadas constam de uma entrevista realizada com o Prof. Ricardo Paninho.
Esta entrevista insere-se como elemento documental no artigo intitulado “A tecelagem artesanal no concelho de Carrazeda de Ansiães. O processo de manufatura e as memórias relacionadas com a produção das tradicionais mantas de lã de ovelha“, publicado na Revista Memória Rural, nº 2, pp.8-27, da autoria de Isabel Alexandra Lopes.