Depoimento recolhido em São Mamede de Ribatua, concelho de Alijó, onde D. Maria dos Anjos Morais, de 98 anos de idade, nos fala do processo de secar figos em forno de pedra, técnicas utilizadas até meados do séc.XX no Vale do Tua, onde ainda prolifera uma quantidade assinalável destas estruturas que poderão ser enquadradas na categoria do Património Vernacular.
Os fornos de secar figos proliferaram um pouco por toda a área geográfica designada por Terra Quente Transmontana, mas foi no Vale do Tua e na sua envolvente próxima que centramos a recolha dos dados etnográficos e memoriais para o Museu da Memória Rural.
Atualmente abandonados e sem qualquer utilização com préstimo para o agricultor, estas antigas construções continuam a salpicar a paisagem rural de forma discreta e integrada, persistindo como autênticos vestígios arqueológicos, estruturas rústicas que nos chegam de um passado onde a economia agrícola de subsistência integrava e valorizava sustentadamente todos os recursos que a terra e o clima podiam oferecer.
“Fornos de Secar Figos 1” é um ficheiro de áudio que integra a componente audiovisual do Museu da Memória Rural de Vilarinho da Castanheira (Carrazeda de Ansiães),integrando os eu espólio multimédia de recolas orais realizadas no Vale do Tua.