Na atualidade talvez se possa contar pelos dedos das mãos os artesãos albardeiros em atividade no nosso país. Os que ainda fazem obra bem podem ser considerados os últimos resistentes de uma arte antiga, mas já absolutamente moribunda. Um desses resistentes chama-se Carlos dos Santos Almeida e trabalha em Torre de Dona Chama, no concelho de Mirandela.
Este vídeo integra a componente visual do artigo intitulado “O último Albardeiro”: notas históricas e etnográficas sobre um ofício em extinção, da autoria de António Luis Pereira, Publicado na Revista Memória Rural, nº 6, pp 218-251.
Neste artigo propõe-se uma aproximação histórica a uma das profissões tradicionais outrora mais conhecida e procurada no mundo rural e urbano.
O albardeiro esteve presente nas cidades, nas vilas e nas aldeias durante séculos, até que a revolução dos transportes e as alterações processadas no mundo rural o transformam num mester obsoleto. O motor de combustão interna, primeiro, a mecanização agrícola e as transformações operadas no mundo rural a partir de meados do século XX, depois, traçaram um destino sem futuro para estes mestres de um saber-fazer tão ancestral como a domesticação do cavalo, do burro, da égua, do macho ou do boi.
Com a substituição destes animais de trabalho, de tração e de carga, por máquinas mais rápidas, mais operacionais, mas também mais poluidoras, as oficinas dos albardeiros, paulatinamente, foram encerrando portas. Em pouco mais de três décadas a profissão entrou em completa decadência.
Na atualidade talvez se possa contar pelos dedos das mãos os artesãos ativos que ainda laboram no nosso país. Os que ainda fazem obra bem podem ser considerados os últimos resistentes de uma arte antiga, mas já absolutamente moribunda. Um desses resistentes chama-se Carlos dos Santos Almeida e trabalha em Torre de Dona Chama, no concelho de Mirandela.
Foi por ele e pela sua resiliência que resolvemos escrever este artigo. É também a partir do seu testemunho pessoal e história de vida que ambicionamos deixar um registo histórico, antropológico e etnográfico para memória futura. O registo possível sobre a obra e os artefactos produzidos pelos atuais e ancestrais mestres desta já praticamente extinta profissão.
Este vídeo integra a componente visual do artigo intitulado “O Último Albardeiro: notas históricas e etnográficas sobre um ofício em extinção“, da autoria de António Luis Pereira, Publicado na Revista Memória Rural, n.º 6, pp. 218-251.
Filmagem integral do fabrico de uma albarda.